timon de mataiotez
quinta-feira, abril 13, 2006
O Gato Zeca
Fotografia - Fipas
"Mas, quando estivemos longe de casa um fim de semana prolongado, ia morrendo de tristeza pela nossa ausência, roçava-se em tudo o que tinha o nosso cheiro, e nem a comida de gato rico que a Francisca lhe trouxe ele conseguiu comer, tão apertada estava a sua garganta pelo nó das saudades.
Quando voltámos parecia louco de alegria, a correr por todos os compartimentos da casa, saltando sobre as camas, sobre os móveis e roçando-se em nós para depois voltar para a mesma correria louca, a gritar, porque me deixaram só, a minha casa é também vossa, eu não quero sair dela e vocês também não podem querer sair dela - vejam, está tudo à vossa espera.
Dizem que os gatos são solitários, livres e indiferentes: Mas o Gato Zeca, como qualquer frágil humano, tornou-se dependente do nosso amor e não quer que a sua liberdade vá para além de nós.
Não permiti que o Zeca fosse levado para a minha aldeia. Para a liberdade e para o sofrimento também. Com sentimento de culpa, confesso agora que tornei num ser demasiado humano este Gato Zeca."
Autoria - Henrique Dória
in "O Gato Zeca"
posted by Cláudia at 21:48
13 Comments:
Por acaso já tive um, mas chamado zeco, agora tenho o chico.
Boa Páscoa
Fica bem
Olá Cláudia! Os gatos são realmente seres verdadeiramente carentes, eu tenho a prova viva disso em casa. Recentemente uma das minhas gatas teve bebés e não parava de miar para eu ir para junto dela (era a primeira vez). Acho que ela estava com um certo medo, não sabia o que se ia passar, queria-me ao lado dela... nunca a vi assim. É verdade, acho que ainda não te disse, mas tenho um novo blog sobre animais e o último post até é sobre esta gravidez. Se quiseres aparecer, iria ficar muito contente :) O endereço é www.amigosindefesos.blogs.sapo.pt.Vou linkar o teu novo endereço. Até breve! beijinhos, Kita.
Olá Claudia! Eu sou fã de gatos. Tenho uma a Marisca e acho que nem eu a humanizo nem ela me feliniza... vivemos em perfeita harmonia e no respeito pelas nossas diferenças. Somos duas grandes amigas. Beijo
Oi Cláudia!
O teu texto tocou-me mesmo muito. Não sei se pela forma como foi escrito se por me encontrar numa altura em que ando mais sensível ou, então, pelas duas coisas. Eu acredito que o gatinho tenha sentido a vossa falta porque tenho um exemplo...a minha prima também tem uma gatinha e, num fim-de-semana, quando veio ao Alentejo, deixou-a em Lisboa. Quando chegámos a casa, o bichinho ficou todo feliz! Até cortou o coração de assistir a uma cena destas.
Espero que a Páscoa tenha sido boa.
Beijinhos.
Agradeço a tua visita ao meu blog... Serás sempre bemvinda!
Que belas histórias de vida nos trouxeste por aqui! Relatos que sensibilizam, que enternecem, que ensejam reflexões e nos fazem sorrir felizes por ver que os verdadeiros "seres humanos" estão sempre a se preocupar com os outros seres, pois formamos na realidade uma sociedade una e indivisível. Fui criada no meio desses doces seres cães/gatos, que numa convivência harmoniosa nos davam belas lições de como conviver em sociedade. No meio desse 'paraíso' de homens e bichos, também habitava uma galinha garnizé... que, acredite ou não, era a que mais se destacava, pois naquele tamanhozinho todo queria comandar o reino da bicharada lá de casa. Éramos crianças felizes a rir e a aprender! E graças a esse aprendizado de carinho e respeito é que, por certo, nos tornamos adultos mais conscientes de nosso papel na convivência diária. Beijos, minha linda, parabéns por ser essa pessoa tão linda quanto és, esse ser humano de primeira grandeza, e os votos de uma semaninha serenada de sorrisos.
Olá Cláudia,
Gostei da sua visita e vim retribuir.
Vejo que gosta de bichinhos, como eu. Gatos, era em casa de minha de mãe. Aqui, só temos cães.
Olhe, hoje vou publicar um foto dos meus a dormir a sesta no Domingo de Páscoa.
Até breve.
Que querido deve ser o Zeca...
Deixo-te um sorriso, Cláudia!
Mudaste mas continua bonito o teu blog. Vou aparecer sempre que possa.
Soslayo, a questão que pões é no mínimo pertinente. Antes de mais aproveito para te dizer que sou e sempre fui contra o circo com animais, há circo na mesma sem a presença dos pobres animais que são obrigados a viver noutro clima que não o seu. É o caso dos leões nas savanas, etc etc. De facto há uma distinção entre os animais, uns são considerados domésticos, outros selvagens, já nem me refiro aos que são chamados de "jantar" porque isso é uma estupidez das pessoas... De facto é uma tortura deixar qualquer animal preso quer seja numa casa, quer seja noutro recinto qualquer. Os animais existem na mesma condição que nós, e se nós lutamos pela liberdade, os animais têm esse mesmo direito. Acontece muitas vezes que os animais domésticos acabam por se habituar a ficarem sozinhos nos períodos de ausência dos seus donos, é, de facto, tortura mas antes esta pequena tortura do que o abandono... Não vou dizer que sou a favor disso porque tal não é verdade mas acontece o seguinte: os gatos apesar de serem animais fiéis, são animais independentes, aliás, atrevo-me mesmo a dizer que são aqueles poderiam sobreviver sós. Lá está que só uma pessoa cruel é que faz disso, mas, em jeito de conclusão, é mais grave o que os animais passam num maldito de um circo do que o gato que tem de ficar um dia em casa (com os respectivos cuidados) porque os donos estão ausentes.
olaaa! pois é, os animais também têm sentimentos e exprimem-nos à sua maneira... sentem a nossa falta quando não estamos, agradecem sempre o que lhes da-mos, etc... bjinhux!!
Cláudia, muito bem! Como boa defensora dos animais saíste-te bem, contornando a questão dizendo que: não é bem assim há pequenas diferenças e coisa e tal! Compreendo-te de facto existem grandes diferenças entre uma situação e a outra. Um beijinho e uma boa semana para ti.
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